Em entrevista para a rádio Itatiaia, na última terça-feira, o prefeito Alexandre Kalil chamou os vereadores que votaram contra um projeto dele de “boçais” e “politiqueiros”. O radialista Eduardo Costa tentou sugerir que a fala desrespeitosa fosse revista, mas foi interrompido por Kalil, que repetiu o que havia dito e completou: “Não retiro uma palavra do que eu disse.” Ele também nos acusou de “fazer política com a miséria alheia”. Um ataque pessoal, baixo e desnecessário, que tem meu total repúdio.
Meu papel como vereador é fiscalizar, questionar e impedir que medidas absurdas sejam tomadas pelo Executivo. Por isso, votei NÃO ao projeto de Lei 1026/20, que permitia um empréstimo de quase 1 bilhão de reais para a prefeitura supostamente resolver a questão da Vilarinho. Sou a favor da resolução desse problema, pois é inegável que há anos as enchentes na região impactam negativamente a vida dos belo-horizontinos. Porém, as obras precisam ser executadas de forma responsável. O projeto não tinha plano de execução, além de possuir vários entraves, como o fato de ar pela área de uma propriedade privada, a Ocupação Izidora.
A prefeitura não explicou como lidaria com esses impedimentos. Faltou diálogo e transparência. Em respeito aos contribuintes, eu não poderia itir o risco de Belo Horizonte contrair uma dívida multimilionária, além da possibilidade de perder a obra, que as pessoas da região tanto precisam. Permaneci firme em meu posicionamento, mesmo com a repercussão negativa da mídia e as falas do prefeito, que transferiu a culpa das futuras enchentes para os vereadores que vetaram o projeto. A verdade veio à tona semanas depois. Fiz questão de visitar as obras e mostrar para a população que mesmo sem empréstimo elas continuaram acontecendo. Ou seja, como já prevíamos, dinheiro nunca foi o problema.
Informo ao prefeito, e aos cidadãos belo-horizontinos, que jamais quero “ganhar votos em cima de caixões”, como foi dito por ele. Como parlamentar, a única coisa que almejo é o bem dessa cidade. Respeito o dinheiro do trabalhador que paga seus impostos e não vou me calar diante de nenhum projeto sem transparência, com possibilidade de grandes prejuízos futuros. “Boçal”, no dicionário, significa “rude, grosseiro, imbecil ou ignorante”, Isso eu seria se agisse de forma contrária aos meus valores, pois esses sim são inegociáveis.
As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do portal Balcão News.
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