God Save The Queen – Vamos reverenciar a Escola Inglesa

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Hoje é dia de sextar Lupulados e Lupuladas! E para animar o dia, vamos reverenciar a escola real das cervejas, a Escola Inglesa. Muita gente acredita que “God Save The Queen” é uma referência a quase imortal Rainha Elizabeth II, mas na verdade a expressão está relacionada ao nome do Hino do Reino Unido, datado do século XVI. Mas hoje o que nos importa e o que pedimos é “God Save The English Beer”.

A primeira referência a Escola Inglesa se dá quando as ilhas britânicas eram habitadas por tribos celtas que cruzaram o canal da mancha entre 1500 e 500 a.c., quando estas tribos consumiam uma bebida alcoólica fermentada, feita a partir de grãos. Em outras palavras, cerveja. Ao longo da Idade Média, tanto produtores domésticos como monásticos aram a utilizar diversos aditivos, como ervas e raízes, em suas cervejas. E foi por volta do século XV que a prática de produzir cervejas com lúpulo foi chegou às ilhas britânicas, vindo da Europa continental – provavelmente Flandres, hoje uma região da Bélgica. 

Esta nova forma de produzir cervejas com lúpulo tinha até um nome diferente. Ale era o nome das cervejas tradicionais, sem lúpulo, e as novas receitas com lúpulo eram chamadas de Beer. Esta distinção existiu até o fim do século XVII, com algumas variações que duraram até o século XX. Com o ar dos anos, a produção de cerveja inglesas foi se modernizando e seu volume aumentando. A revolução industrial, que inclusive começou na Inglaterra no século XVIII, trouxe avanços tecnológicos que aceleraram o desenvolvimento de novas técnicas de produção. Porém mesmo essas evoluções, os britânicos sempre mantiveram o respeito às tradições. As Ales e os Pubs permanecem sendo componentes fundamentais da cultura britânica.

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E a maior prova disso foi a criação da CAMRA (“Campaign for Real Ale”, ou Campanha pela Ale Verdadeira), que visa preservar as características e cultura da cerveja artesanal britânica, envasada em barril de madeira, servida direto do barril para o seu copo. Basicamente, para ser considerada uma Real Ale, a cerveja deve ser produzida com ingredientes tradicionais (água, malte de cevada, lúpulo e levedura), maturada no mesmo barril, chamado de cask, (tradicionalmente de madeira porém hoje aceita-se barris feito em aço inox) do qual é servida, sem o uso de gás carbônico externo, ou seja, por gravidade ou com bombas manuais. Apenas os Pubs que seguem essa tradição podem receber o selo de certificação da CAMRA e claro que esses é um dos meus sonhos, como bom beersommelier. 

Basicamente todos os estilos que hoje incluímos na escola Inglesa são Ales (Veja a diferença entre cervejas Ales e Lagers nessa coluna). Suas características podem variar de estilo para estilo, mas, em geral, todas possuem destaque para os aromas e sabores do malte (sempre muito marcante) e lúpulos terrosos e/ou herbáceos, muitas vezes seguidos por toques frutados da fermentação. Os estilos de destaque no mercado são: Bitter e suas variedades (Best Bitter, Special Bitter e Extra Special Bitter), Old Ale, Pale Ale, India Pale Ale e Porter.
Minha marca predileta e legitima representante da escola é a Fuller’s (@fullers). Ela é reconhecida por seus rótulos clássicos e fidelidade completa aos estilos. Suas produções mais famosas são a London Pride, uma autêntica representante do estilo English Pale Ale e a Fuller’s ESB, abreviação de Extra Special Bitter, o rótulo mais premiado da cervejaria. Outras marcas mais comuns e fáceis de encontrar aqui no Brasil são: Guinness, Murphys e Newcastle.

Por fim, vou deixar duas dicas de cervejas brasileiras fieis as estilo da escola inglesa. Primeira, a clássica Wee Heavy da Bodebrown (@bodebrown), primeira cerveja do estilo Scoth Ale no Brasil e duas vezes vencedora da medalha de Ouro no Mondial de La Bière de Montreal. E a segunda dica fica para a mineiríssima God Save da Kud Bier (@cervejariakud), um exemplo super fiel e ível da English Pale Ale.

Curta o final de semana com essas dicas e cheers!

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