
Cerca de 500 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra ocuparam a sede do Instituto Nacional de Reforma a Agrária (INCRA) em Minas Gerais.
Os integrantes do MST pedem a exoneração imediata de Batmaisterson Schmidt, que foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e ocupou o cargo durante os quatro anos da gestão ada.
Segundo fontes do MST em Minas, a única superintendência regional que não foi substituída no governo Lula foi a de Minas Gerais. A demora estaria relacionada a uma disputa interna por cargos. Com isso, a indicada para assumir o INCRA em Minas não foi nomeada.
O nome defendido pelo MST no Estado, com aval de outros movimentos sociais e sindicais, é o da ex-vereadora Neila Batista, que foi secretária da Regional Noroeste na Gestão de Patrus Ananias na Prefeitura de Belo Horizonte, assessora especial do ex-prefeito Célio de Castro e diretora no Ministério do Desenvolvimento Social. A indicação foi feita pelo deputado federal Rogério Correia
Na página do MST, a informação é de o a ato em defesa da Reforma Agrária reivindica maior celeridade no processo de nomeação do superintendente do órgão, retomada do processo de vistoria e desapropriação de terras, cadastramento das mais de 3.000 famílias acampadas no estado e regularização das famílias assentadas.
A ação denuncia também as relações de trabalho análogo à escravidão, presente na realidade do estado por parte dos grandes ruralistas do agronegócio, assim como os crimes das grandes mineradoras, e cobra uma resposta do não cumprimento da legislação em relação aos temas.
Nei Zavaski da direção estadual do MST em Minas Gerais reforça, no portal do movimento o caráter nacional da Jornada de Lutas conhecida como “Abril Vermelho” e traz elementos da conjuntura estadual que impactam na ocupação da superintendência do INCRA em MG.
Para ele, o fato do estado carregar a má fama e título de liderar o ranking nacional de trabalho análogo à escravidão há mais de uma década, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), é um forte agravante da necessidade de uma política de reforma agrária eficaz como resposta ao problema que é estrutural e evidencia a contradição da concentração de terras e as relações de trabalho, apontando a Reforma Agrária, que se encontra estagnada por parte do INCRA como solução a tais conflitos.
Nei afirma ainda, que existem casos de famílias no estado que estão há 26 anos acampadas e sem uma proposta de solução por parte do INCRA.
A Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, organizada em todo o país, reafirma a centralidade da luta pela terra no Brasil e a importância de implantar um projeto de Reforma Agrária para desenvolver o campo, produzir alimentos saudáveis e combater a fome. O lema da Jornada deste ano é “Reforma Agrária contra a fome e a escravidão: por terra, democracia e meio ambiente!”.