Não coce os olhos

A coceira frequente nos olhos também pode ser secundária à uma condição alérgica (rinite, por exemplo), mas não é o único fator de risco do ceratocone, pois há uma relação com história familiar.
Os pais devem levar seus filhos regularmente ao oftalmologista e ficarem atentos aos sinais mencionados./Freepik.

Não coce os olhos

O hábito de coçar os olhos pode ser prejudicial à visão, uma vez que a fricção constante da córnea fragiliza suas fibras, desencadeando ou agravando o ceratocone, uma degeneração progressiva da córnea. A condição causa um afinamento e deformação da córnea, que é projetada para a frente na forma de um cone.

Como resultado, o paciente tem visão dupla, distorcida ou embaçada, com mudanças frequentes do grau dos óculos e sensibilidade à luz, sintomas que podem vir acompanhados de dores de cabeça e coceira nos olhos. Esses aspectos refletem uma alta miopia e elevado grau de astigmatismo irregular, além de acentuada baixa da acuidade visual.

A coceira frequente nos olhos também pode ser secundária à uma condição alérgica (rinite, por exemplo), mas não é o único fator de risco do ceratocone, pois há uma relação com história familiar. A doença costuma se manifestar entre 13 e 18 anos de idade, então é necessário que pais levem seus filhos regularmente ao oftalmologista e fiquem atentos aos sinais acima mencionados para um diagnóstico precoce e o devido controle.

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O ceratocone pode ser tratado por meio do uso de óculos ou lentes de contato especiais, que se apoiam na esclera, e não na córnea, fazendo delas uma solução muito confortável. Exigem um aprendizado inicial porque seu diâmetro é grande, mas são lentes superiores às rígidas e raramente saem dos olhos. Ambas as lentes – rígidas e esclerais – oferecem a melhor visão possível e são indicadas quando a condição não está em evolução, mas o paciente apresenta baixa visão, o que também vale para o implante de anel intracorneano – Anel de Ferrara.

Já o crosslinking é um tratamento recomendável quando há evolução do ceratocone. Trata-se de uma cirurgia minimamente invasiva para estabilizar a doença. Atualmente, o transplante de córnea é empregado cada vez menos e como última opção para casos avançados da condição, quando nenhuma das técnicas descritas acima solucionaram o problema.

Leonardo Gontijo – Oftalmologista e diretor do Instituto de Olhos Minas Gerais (IOMG); Formado pela Faculdade de Medicina do Norte de Minas e Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais; Graduado em Oftalmologia pela Clínica de Olhos da Santa Casa onde é professor; Por duas vezes, fez parte da diretoria da Sociedade Brasileira de Cirurgia Refrativa (SBCR); Idealizou um aparelho para ajuda na deambulação de pessoas com deficiência visual (ainda sendo aprimorado) e desenvolveu um software para avaliação biomecânica da córnea, que foi premiado no Congresso Americano de Pesquisa de Visão em Oftalmologia (ARVO), em 2010; É um dos pioneiros na realização dos tratamentos para controle do ceratocone e tem nesta patologia seu principal foco atualmente; Introduziu no país as novas lentes esclerais, com as quais tem obtido resultados expressivos na melhora da visão de pacientes com deformidades da córnea que podem, em muitos casos, evitar cirurgias complexas, como o transplante ou até mais simples, como os Anéis de Ferrara.

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