Esse extenso relatório da ALMG revela que os impactos do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho continuam severos e persistentes, sobretudo nas áreas de saúde mental, problemas respiratórios e exposição a metais pesados, afetando adultos, adolescentes e crianças mais de seis anos após o desastre.
Aqui estão os principais pontos destacados:
1. Saúde Mental e Física em Adultos e Adolescentes
Depressão em adultos: 18,1% diagnosticados (média nacional: 10,2%); sintomas depressivos chegam a 40% em comunidades como Tejuco e Parque da Cachoeira.
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Adolescentes com sintomas depressivos: 17,6% em média; 44,5% no Tejuco.
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Asma em adultos: 10,8% (média nacional: 5,3%).
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Asma em adolescentes: 13,2%.
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Exposição a metais pesados:
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Redução de manganês e chumbo desde 2021.
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Ainda assim, 21,9% da população tinha níveis de arsênio acima dos limites em 2023.
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2. Saúde e Desenvolvimento Infantil (Projeto Bruminha)
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Melhora no desenvolvimento psicomotor e IMC infantil (indicadores de saúde e nutrição).
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Piora nos problemas respiratórios, especialmente em regiões expostas à poeira de mineração.
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Aumento na presença de arsênio na urina das crianças: de 42% (2021) para 57% (2023); 72% no Tejuco.
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Ainda não foram observadas alterações neuromotoras associadas a esses níveis.
3. Demandas das Comunidades Atingidas
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Reclamam da falta de preparo do SUS para atender a complexidade dos casos.
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Pedem um protocolo específico de saúde para pessoas atingidas por desastres ligados à mineração.
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Criticam o fato de que os recursos da reparação judicial não são geridos com participação adequada das vítimas.
Esse caso reforça a importância da vigilância epidemiológica continuada, políticas públicas específicas e participação comunitária efetiva na formulação e execução de medidas de reparação.