O agronegócio brasileiro registrou novos recordes de exportação em março, consolidando o melhor primeiro trimestre desde 1997.
Os destaques vão desde a disparada nas vendas de ovos até novas perspectivas com o ‘tarifaço’ americano e o protagonismo do agro frente à mineração na balança comercial.
Principais destaques:
Recorde histórico nas exportações do setor agropecuário no 1º trimestre de 2025.
Crescimento expressivo nas exportações de ovos, impulsionado por demanda internacional e valorização do produto brasileiro.
Oportunidades com o “tarifaço” dos EUA, que impõe taxas a outros mercados e pode beneficiar exportadores brasileiros em áreas estratégicas.
As carnes continuam com participações de respeito nas vendas mineiras para o exterior. O segmento registrou aumento de 23% na receita, o que significa US$ 385,4 milhões e 115 mil toneladas enviadas para o exterior, uma significativa recuperação nas vendas de todas as proteínas. As carnes bovinas obtiveram receita de US$ 269 milhões e volume de 57 mil toneladas, com acréscimos de 19% e 8% na receita e volume, respectivamente, puxadas pelo aumento das vendas para os Estados Unidos em 148%.
Minas Gerais também registrou crescimento nas exportações de carne de frango, impulsionado pelo aumento da demanda dos principais países compradores. A receita totalizou US$ 94,8 milhões, com um volume de 49 mil toneladas. Já os suínos, somaram US$ 18 milhões em vendas de carne, com um volume de 8 mil toneladas.
O levantamento também mostra que o complexo sucroalcooleiro (açúcares e álcool) enfrentou um trimestre desafiador, com quedas de 50% no valor e 46% no volume, frente a US$ 255 milhões em receitas. A retração é, em grande parte, devido à baixa nos preços internacionais do açúcar e do etanol.
Outra retração no trimestre foi do complexo soja, composto por grãos, farelo e óleo. O segmento apresentou receita de US$ 546 milhões e volume de 1,4 milhão de toneladas, significando quedas de 18,3% no valor e 8,8% no volume. No entanto, há sinais de recuperação: março apresentou melhora significativa nos embarques, impulsionada pela entrada da nova safra e pela demanda aquecida de parceiros asiáticos.
Já o grupo de produtos florestais, representado por celulose, papel e madeira, registrou receita de US$ 243 milhões, com retração de 15%. Todos os produtos sofreram quedas em valor, volume e preços, refletindo a desaceleração de grandes economias importadoras e problemas com fretes marítimos, que ainda impactam a logística global.
Agronegócio supera a mineração como principal força das exportações brasileiras neste início de ano.
Segundo a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), os números reforçam o papel central do agro no comércio exterior e indicam novos mercados e parcerias comerciais promissoras para os próximos meses.