Estrada Real – Gastronomia Mineira – Parte 2

São Tiago é famosa por seu biscoitos.- Foto minasgerais.com.br

Estrada Real – Gastronomia Mineira – Parte 2.

E a pedidos, continuamos nossa viagem pela gastronomia mineira na Estrada Real.

A culinária mineira é uma forma de expressão cultural, que se transmite de geração em geração, e é considerada Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais.

Rica em sabores, aromas e histórias, sua base se encontra em ingredientes simples e frescos, que foram aprimorados ao longo de gerações pelas mãos de cozinheiros e cozinheiras.

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A combinação desses ingredientes, aliada ao modo de preparo tradicional e ao afeto do povo mineiro, resulta em uma culinária rica em sabores e texturas, que conquista paladares por todo o mundo.

Em Sabará, o Ora-pro-nóbis é tradição e os pratos feitos com a planta são famosos!

Com o nome científico de Pereskia aculeata, a conhecida popularmente ora- pro-nóbis, é comum nos quintais de casas, sítios e fazendas mineiras.

Além de ser típico da região, também é utilizado como alimento caseiro e em restaurantes.

 

Costelinha com Ora-pro-nóbis – Foto minasgerais.com.br.

Trazida ao Brasil durante o período colonial pelos portugueses, como fonte de alimento, a ora- pro-nóbis tornou-se uma parte integral da culinária e essencial da identidade cultural de Minas Gerais por séculos.

O nome vem do latim, mas o sabor é a cara de Minas Gerais.

A folha trepadeira, encontrada em abundância nos muros e quintais das casas, é a estrela de festival gastronômico em Sabará, que acontece todo ano, geralmente em abril ou maio.

O Festival do Ora-pro-nóbis na cidade, criado em 1997, acontece no bairro Pompeu, e abarca tanto receitas tradicionais, presentes no dia-a-dia de famílias mineiras, desde os tempos coloniais, quanto inovadoras, como o Frango com Ora-pro-nóbis, sorvete de Ora-pro-nóbis e Costelinha com Ora-pro-nóbis.

Festival do Ora-pro-nóbis-Sabara. Foto: Setur – Itabirito.

Herança da culinária africana, o Pastel de Angu, também é uma iguaria na gastronomia mineira, e desde 2010, é reconhecido como Patrimônio Imaterial do município de Itabirito.

 

Pastel de Angu – Foto: Acervo IER

Um dos ícones da culinária mineira, o pastel de angu guarda em sua massa crocante e recheio com diversos sabores, uma rica história que se entrelaça com a própria formação do estado de Minas Gerais, tendo sua origem ligada ao período da escravidão, no final do século 19, nas senzalas das fazendas de café e nas extrações de ouro.

Em Itabirito, o pastel de angu surgiu na zona rural, por volta de 1851, e atualmente, possui as “mantenedoras do pastel de angu”, que preservam e divulgam esse patrimônio, através da

Rota do Pastel de Angu.

A Rota Turística vem consolidar o modo de fazer do Pastel de Angu da cidade, que dá ao turista a deliciosa oportunidade, de provar essa tradicional mistura de fubá moinho d´água e umbigo de banana, além de outras dezenas de recheios.

Rota pastel angu – Foto: itabirito.mg.gov.br.

A Rota do Pastel de Angu a pelas residências das mantenedoras, produtoras responsáveis pela preservação do modo de fazer e da receita tradicional da iguaria, e é identificada por azulejo temático em suas fachadas.

Festa do Pastel de Angu. Foto: Foto: Breno/Matias Lucas Nnishimoto.

Nestes locais indicados, os turistas poderão adquirir o famoso produto gastronômico da cidade.

O frango ao molho pardo é uma das receitas mineiras mais tradicionais, e chegou ao Brasil no século XVI através dos portugueses.

Enriquecido com as especiarias vindas da África, o prato utiliza como molho principal o sangue da galinha misturado com vinagre, para não coagular, é a cara da cozinha mineira.

Frango ao molho pardo- Diamantina – Foto: Breno Matias Lucas Nishimoto.

Seu preparo também remete aos tropeiros, que em suas longas jornadas, avam ou paravam para dormir nas grandes fazendas e precisavam de comidas reforçadas para aguentar a viagem, que duravam dias ou meses.

Frango ao Molho Pardo- Diamantina -Foto: Breno Matias/Lucas Nishimoto.

E inspirados pelos costumes alimentares dos tropeiros e garimpeiros de ouro e diamante na região, quem visita Diamantina, pode saborear o Frango ao Molho Pardo, em uma experiência gastronômica única, que conecta os visitantes à história, à tradição e à identidade do povo mineiro.

O biscoito de polvilho é um ícone da culinária mineira, presente nos cafés da manhã, tardes e momentos de confraternização. Sua história se entrelaça com a própria formação cultural do estado, revelando raízes indígenas, africanas e europeias.
O biscoito de polvilho está presente na memória afetiva de muitos mineiros, sendo símbolo de aconchego e familiaridade.

Cada região de Minas Gerais possui suas variações na receita, com diferentes tipos de polvilho, queijos e temperos.

Biscoitos de Polvilho – São Tiago – Foto: Breno Matias/ Lucas Nishimoto.

O biscoito de polvilho é presença marcante em São Tiago, a “Terra do Café com Biscoito”, que inclusive tem uma festa dedicada aos biscoitos, não somente de polvilho, mostrando a presença marcante do biscoito na vida da cidade.

Biscoitos – Foto: Rodrigo Azevedo.

Todo setembro a cidade promove a Festa do Café com Biscoito, onde seus moradores põem a mesa e recebem seus convidados para experimentarem as deliciosas guloseimas feitas nos fornos que aquecem a economia local.

O evento acontece no final de semana da segunda semana de setembro.

Estrada Real: VIVA, EXPERIMENTE, DESCUBRA!

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Daniel Magalhães Junqueira

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