Queda na informalidade e crescimento dos empregos com carteira assinada impulsionam mercado de trabalho no país
O mercado de trabalho brasileiro segue mostrando sinais consistentes de recuperação e fortalecimento.
A taxa de desemprego registrada no trimestre encerrado em abril foi de 6,6%, a menor para o período desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), em 2012.
No mesmo período do ano ado, o índice era de 7,5%.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa é a 46ª queda consecutiva na comparação anual, desde julho de 2021.
O desempenho reflete não apenas a geração de novos postos de trabalho, mas também uma melhora na qualidade das ocupações, com aumento dos empregos formais.
Além da redução do desemprego, segundo a Agência Brasil, o levantamento apontou que o rendimento médio real dos trabalhadores chegou a R$ 3.426, o maior valor já registrado para trimestres encerrados em abril e também o maior da série histórica, considerando períodos encerrados em janeiro, julho e outubro.
A taxa de informalidade caiu para 37,9%, abaixo dos 38,3% registrados no trimestre anterior e dos 38,7% no mesmo período de 2024.
Atualmente, são 39,2 milhões de trabalhadores informais, em um universo de 103,3 milhões de pessoas ocupadas no país.
De acordo com o IBGE, o avanço do mercado formal foi o principal responsável pela queda na informalidade.
O número de trabalhadores com carteira assinada cresceu 0,8% no trimestre e 3,8% em relação ao ano anterior, enquanto empregos informais, como trabalho sem CNPJ e sem carteira, permaneceram estáveis.
“O mercado de trabalho está forte e resiliente, absorvendo mão de obra e, além disso, melhorando a qualidade do emprego. A única modalidade que cresce de forma consistente é a com carteira assinada”, afirma William Kratochwill, pesquisador do IBGE.
Setores que mais cresceram
Na análise trimestral, o destaque ficou para o setor de istração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, que teve alta de 2,2%.
Na comparação anual, cinco setores apresentaram crescimento significativo:
Indústria geral: +3,6%
Comércio e reparação de veículos: +3,7%
Transporte, armazenagem e correio: +4,5%
Informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e istrativas: +3,4%
istração pública e serviços sociais: +4,0%
Por outro lado, o setor de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura registrou queda de -4,3% na comparação anual.
A população subutilizada — que inclui desempregados, pessoas que poderiam trabalhar mais e desalentados — ficou em 18 milhões, com estabilidade no trimestre, mas uma queda expressiva de 10,7% no ano.
A taxa composta de subutilização ficou em 15,4%, também estável no trimestre, mas abaixo dos 17,4% registrados há um ano.
Já o número de desalentados — pessoas que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar — ficou em 3,1 milhões, estável na comparação trimestral e 11,3% menor em relação ao ano ado.