Redução da jornada e fim da escala 6×1 podem cortar até 16% do PIB, aponta FIEMG

Pode causar o fechamento de até 18 milhões de postos de trabalho
O estudo cita o exemplo da França, onde a redução para 35 horas semanais não trouxe os benefícios esperados. Foto: Sebastião Jacinto Júnior/Fiemg.

A proposta de redução da jornada de trabalho e o possível fim da escala 6×1, atualmente em debate no Congresso Nacional, têm gerado bastante discussão, especialmente após a divulgação do estudo da FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais).

O estudo foi apresentado nesta quarta-feira (16/04), durante o evento Jornada 6×1 e os Impactos nas Relações de Trabalho, promovido pela FIEMG e outras entidades representativas do setor produtivo mineiro, que reuniu empresários para discutir os impactos da proposta nas relações de trabalho

O levantamento aponta impactos econômicos significativos, especialmente para a indústria e setores de alta demanda por mão de obra.

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Aqui estão os principais pontos destacados no estudo e no evento:

Impactos econômicos previstos

Queda de até 16% no PIB nacional, o que representa cerca de R$ 2,9 trilhões em perdas para os setores produtivos.

Fechamento de até 18 milhões de postos de trabalho, num cenário em que não há ganho de produtividade.

Redução de até R$ 480 bilhões na massa salarial.

Em um cenário moderado, com 1% de aumento na produtividade, ainda haveria perda de 16 milhões de empregos e queda de R$ 428 bilhões na renda dos trabalhadores.

Produtividade como Fator-Chave

O economista-chefe da FIEMG, João Gabriel Pio, afirma que o trabalhador brasileiro produz apenas 23% do que um norte-americano.

Reduzir jornada sem elevar produtividade compromete a sustentabilidade dos negócios e do emprego.

O estudo cita o exemplo da França, onde a redução para 35 horas semanais não trouxe os benefícios esperados.

Consequências Práticas para Empresas

Aumento dos custos operacionais, especialmente em setores com jornadas contínuas (como comércio, restaurantes, transporte e indústria).

Pequenos negócios seriam os mais impactados, com risco de informalidade ou fechamento.

Com aumento de custos, preços finais ao consumidor também subiriam, gerando pressão inflacionária.

Competitividade Internacional

Países concorrentes como México, China, Índia e Vietnã mantêm jornadas mais longas e custos mais baixos.

Isso pode gerar fuga de investimentos e perda de competitividade global para o Brasil.

Risco de Aumento da Informalidade

A informalidade já atinge 38,3% dos trabalhadores no país.

A FIEMG alerta que a mudança pode empurrar ainda mais empresas e trabalhadores para relações de trabalho informais.

Soluções Propostas pela FIEMG

Investimentos em educação, qualificação profissional e inovação.

Melhoria do ambiente de negócios como alternativa mais eficiente do que simplesmente reduzir jornada.

Ganhos de produtividade devem preceder ou acompanhar qualquer mudança na carga horária.

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