O reajuste médio dos medicamentos em 2025 será o menor desde 2018, conforme a resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), publicada nesta segunda-feira, dia 31, no Diário Oficial da União.
O teto para o aumento foi fixado em 5,06%, correspondente à inflação acumulada nos últimos 12 meses. No entanto, esse percentual será aplicado a apenas 7,8% dos remédios.
O reajuste não ocorre automaticamente. Para que seja aplicado, as empresas farmacêuticas precisam enviar um relatório de comercialização à Cmed. Além disso, o aumento só será reado ao consumidor à medida que os estoques forem renovados nas farmácias.
Como em todos os anos, a Cmed estabelece três faixas de reajuste, conforme o grau de concorrência no mercado. Os percentuais definidos são:
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Nível 1: 5,06%
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Nível 2: 3,83%
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Nível 3: 2,6%
A maior parte dos medicamentos (77,2%) pertence ao nível 3, que terá o menor reajuste. Já os remédios do nível 2 representam 15% do mercado, enquanto os do nível 1, que terão o maior aumento, correspondem a apenas 7,8%.
O reajuste para os medicamentos dos níveis 2 e 3 é o menor desde 2018. Naquele ano, o nível 2 teve um aumento de 2,47%, e o nível 3, de 2,09%. Para os medicamentos de nível 1, o reajuste de 5,06% supera os 4,5% de 2024, mas fica abaixo dos 5,6% registrados em 2023.
Como o reajuste é calculado
O reajuste anual dos preços de medicamentos acontece todo dia 31 de março, conforme previsto na Lei 10.742/2003. A Cmed usa como base a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado de março do ano anterior a fevereiro do ano vigente.
Além do IPCA, o cálculo considera três fatores:
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Fator X – Representa a produtividade do setor farmacêutico. Se houver previsão de queda na produtividade, esse fator pode ser zero.
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Fator Y – Ajusta os preços conforme custos não captados pelo IPCA, como energia e variação cambial. Se for negativo, seu valor é zerado.
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Fator Z – Define os três níveis de reajuste com base na concorrência do mercado.
O percentual final de reajuste de cada medicamento é obtido subtraindo o fator X do IPCA e somando os fatores Y e Z. Para 2025, a Cmed definiu um ganho de produtividade de 2,459% (Fator X). Já o Fator Y ficou negativo em -0,70904 e, por isso, foi zerado.
A classificação dos medicamentos nos três níveis de reajuste segue este critério:
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Nível 1: Maior concorrência, sem desconto do Fator X.
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Nível 2: Concorrência moderada, com desconto de 50% do Fator X.
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Nível 3: Mercado concentrado, com desconto integral do Fator X.
Esses critérios garantem que o impacto do reajuste seja diferenciado de acordo com o nível de competição entre os medicamentos.