Clássicos do Rock: um concerto para os nostálgicos de bom coração…!

Um concerto para os nostálgicos de bom coração. Fotos: Tiago Boson.

Com arranjos e regência do excelente Eliseu Barros, o Instituto Adotar promoverá dois concertos com um repertório dedicado ao Rock do ado.

Transitando por vertentes do Rock and roll (a partir do final da década de 60), a orquestra conduzida pelo maestro Eliseu Barros irá realizar duas únicas apresentações do “Clássicos do Rock“, neste próximo sábado (18/05).

Contando com as cordas e madeiras de uma sinfônica, os arranjos integram de forma orgânica uma banda contendo duas baterias, piano, um baixo elétrico e duas guitarras (base e solo).

Observando os estilos de cada canção do repertório no revezamento e participação de talentos do canto (um experiente coral de apoio e solistas que vibram em sintonia fina), as músicas foram trabalhadas com esmero, carinho e empenho – muito em virtude, também, por causa do objetivo superior deste evento que é arrecadar fundos para o Instituto Adotar.

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Mônica Rodrigues Corrêa.

O Adotar surgiu em 2010, sendo levado adiante por uma rede bastante bem urdida de voluntários comprometidos com o intento: assistência a crianças em casas de acolhimento e a famílias em situação de vulnerabilidade social.

As irmãs Mônica Rodrigues Corrêa e Fernanda Greco estão à frente do Instituto, destacando, organizando e orientando as individualidades livres para atuar como lhes for possível e no tempo que determinarem ser viável para cada atividade.

Fernanda Greco e Delma Amorim.

“Eu sou voluntária do Adotar tem quase 10 anos… e eu lidero equipes que visitam abrigos”, relata Sylvia Machado, geógrafa – especialista em mapeamento para mineração.

“Hoje, especificamente, a minha equipe faz marmitas para entregar ao pessoal na rua. (…) Aqui (dentro do concerto) eu trabalho no staff: durante os ensaios eu faço o lanche aqui com as meninas, ajudo a limpar e desmontar a sala, e no dia do espetáculo (…) a gente fica na coxia fazendo o back.”

Delma e Sylvia, parceiras voluntárias do Instituto Adotar.

“Eu tenho 9 anos que estou no Adotar”, diz Delma Amorim, dona de casa.

“Eu trabalho em vilas (estou na rua, totalmente): entregando cesta básica, enxovais – roupas; a gente vai em assentamentos, vai em prédios que as pessoas invadem… (…) E aqui no concerto – desde o primeiro concerto eu estou nele: Aí eu sempre fico na área da cozinha. Cozinha e tudo (né)!”

Maestro Eliseu Barros.

Eliseu Martins de Barros é natural de lavras, Minas Gerais. Pertence a uma ilustre e atuante família de músicos, sendo iniciado nesta arte pelo próprio pai – Joaquim Inácio de Barros – aprendendo a tocar o violão, cavaquinho e bandolim.

Seguiu a carreira profissional com o pendor de multi-instrumentista, destacando-se sobremaneira no violino (orquestra), atuando no campo docente (professor, orientador) e sinfônico (como regente, compositor e arranjador).

Tem em seu amplo currículo, ainda, as façanhas de criar, coordenar e reger a Orquestra de Câmara Sesc MG. Envolvendo-se, posteriormente, também na orientação ampla e regência da Orquestra Filarmônica Ramacrisna, Betim. (Ambos projetos sociais.)

Eliseu Barros, Vanusa Mendonça, Joyce Hayabusa Barros, Samuel Fabiano.

“O que eu posso dizer é que são músicas muito conhecidas”, comenta Eliseu a propósito do repertório dedicado ao concerto de sábado. “… tem Bon Jovi… tem Rolling Stones, AC/DC…! (E aí) A gente mistura isso tudo em 15 músicas. Destas bandas todas a gente escolheu realmente as mais conhecidas (…); então todo mundo vai conhecer e reconhecer todas as músicas.”

Sobre a sua participação no evento e sua relação com o Adotar, Eliseu conta que fora procurado há cerca de 5 anos atrás por Mônica (presidente do mesmo Instituto) – cerca de 1 ano antes da pandemia:

“Quem propôs uma parceria para trabalhar estes espetáculos – a parte musical – foi um maestro chamado José Vilar. A ideia foi ir atrás de alunos – porque tinha que ser um trabalho voluntário; mas, mesmo sendo voluntário ela (Mônica) quis pagar uma ajuda de custo (…). Aí o alvo de músicos, ideal, era alunos de projeto social.”

Seguiu-se daí uma parceria desde 2018, então, para que o mestre Eliseu indicasse músicos para auxiliar na realização dos concertos beneficentes idealizados pelo Adotar. Haja vista muitos de seus alunos de projetos já se destacarem como instrumentistas, a tempo.

O repertório do show/concerto/espetáculo.

Quando questionado sobre a seleção de músicos para a ocasião, Eliseu responde:

“Ele fazia (maestro José Vilar) uma provazinha com os músicos. (…) Eu tive o a este material; fui indicando alunos que tinham condições de fazer esse teste. E assim começou a nossa parceria – consegui indicar bastante alunos.”

A partir de janeiro deste ano, ele foi convidado a assumir o segmento musical concernente ao Adotar. O que lhe atribuiu a responsabilidade de conduzir os ensaios e preparar os arranjos a ser apresentados ao público pagante:

“Eu já vou na indicação direta daqueles que têm mais capacidade. E um outro fator facilitador é que eu faço o arranjo de acordo com o nível de alunos que eu tenho na minha mão.”

Guitarras e baixo: Sivanil do Carmo Miranda, Carlos Antônio Belfort Bosser e Matheus Martins.

Da jovem orquestra que se formou da união dos projetos sociais envolvidos – a então Orquestra Sinfônica Pop Adotar –, todavia, musicistas deveras experientes também farão parte deste concerto.

Como é caso do cantor Marcos Vinicius Nascimento (professor de canto e voice coach), indicado por Eliseu; e também do guitarrista Sivanil Miranda – que ficou sabendo da seleção de músicos para o concerto, estudando o material e sendo aprovado junto a outros tantos que seguiram o mesmo processo de chamada.

Da juventude transbordante de talento, como exemplos, temos Lyria Joyce, Ana Clara Malaquias e Vanusa Ferreira Mendonça.

Ensaio para o sucesso!

A violista Lyria se atentou do projeto sinfônico por meio de dois colegas que haviam participado de edições anteriores do concerto beneficente (outros temas, outros músicos).

Ela é instrumentista do Instituto Ramacrisna e lá foi iniciada na música há 5 anos atrás, aconselhada por outro amigo – participante da Orquestra Jovem Ramacrisna – a integrar o grupo.

“Conheci o Eliseu… ele fez o teste comigo; ei e me perguntou se eu tinha algum instrumento em mente pra tocar. Falei que queria o violino. Aí não tinha mais vaga. Ele falou: ‘(Não) Tenta na viola, então.’ Aí ‘tô, desde então, 5 anos tocando na viola”.

A violista, Lyria Joyce.

Ana Clara, por sua vez, é violinista há 7 anos. Aprendeu com Eliseu e foi indicada para participar do concerto em questão pelo próprio maestro.

“Minha mãe queria que eu ficasse mais próxima dela (né) – pra ficar mais perto dela no dia a dia… fazer alguma coisa depois da escola… E aí conheci, lá, através da minha mãe – minha mãe trabalha lá (também)”, diz Ana a respeito do Instituto Ramacrisna.

O intento de se tornar musicista, segundo ela, se desenvolveu gradualmente. De tal modo que hoje, aos 21 anos de idade, cursa Música na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para bacharelado em violino.

A violinista, Ana Clara.

Para Vanusa Ferreira, o peculiar instrumento chamado oboé – de timbre anasalado e som mavioso – foi o instrumento a lhe iniciar em Música.

“Toco vai fazer 5 anos (já). E através do Eliseu (mesmo) cheguei a conhecer o projeto (aqui) do Adotar”, responde Vanusa quando perguntada como foi possível para ela estudar o oboé e ingressar na atual orquestra.

Como tantos, ela foi beneficiada por um projeto social que lhe emprestou o instrumento, tendo aula, a fim de se desenvolver, neste caso com Alexandre Barros – irmão de Eliseu.

“Foi um período engraçado, no início: Só entrei pra tocar mesmo (sabe?). Achei super legal (né) mas não pensava em seguir na música – na época. (…) Não estudava direito; era muito devagar nas coisas…”, comenta sobre o princípio antes do voo alçado com ajuda da Música.

“Mas depois, a gente vai crescendo – vai amadurecendo…! E aí… (é) percebi que aquilo ali era pra mim (sabe?): Que a música era pra mim.”

A oboísta, Vanusa Ferreira.

Muito bem intitulado “Clássicos do Rock”, o concerto será no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes e suas duas apresentações acontecerão, respectivamente às 17h30 e 20h30.

Imperdível!

Será um concerto primoroso para os nostálgicos de coração quente e saudosos por boa música!

Os ingressos poderão ser obtidos na portaria do teatro e através do link:
https://www.eventim.com.br/artist/classicos-do-rock/

Para mais informações: (31)99415-9279 .

Fotos: Tiago Boson.

Assista a entrevista:

Tiago Boson

Multi-instrumentista autodidata, compositor, professor de música, pintor, ilustrador, escritor/poeta (não publicado).

E-mail: [email protected]

Instagram: @tiagoboson

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