Igrejas da Estrada Real

Igreja Matriz de Santo Antônio - Tiradentes. Foto: Acervo Setur MG - Xará

Igrejas da Estrada Real

As igrejas são importantes monumentos históricos e culturais da Estrada Real, representando a fé e a devoção de milhões de pessoas, mas também são um testemunho da riqueza e diversidade das culturas religiosas.
Com diferentes períodos históricos e estilos arquitetônicos, as igrejas são um importante componente do turismo religioso, uma modalidade de turismo motivada pela fé e/ou necessidade de conviver e conhecer culturas religiosas.

Além de seu valor religioso e cultural, as igrejas também são atrações turísticas atraentes e oferecem uma variedade de atrações, como:

Arquitetura e arte: muitas igrejas são obras-primas da arquitetura e da arte, com interiores ricamente decorados.

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História: são testemunhas da história local, preservando memórias e tradições.

Cultura: importante elemento da cultura de uma região, refletindo seus valores e crenças.

As igrejas podem oferecer uma experiência única e enriquecedora, por isso separamos algumas ao longo dos caminhos da Estrada Real, que são um convite para conhecer a fé, a cultura e a história de algumas localidades.

Basílica de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto: Considerada a segunda igreja mais rica em ouro do Brasil, a Basílica Matriz de Nossa Senhora do Pilar, construída em taipa e madeira e concluída por volta de 1712, é considerada o mais antigo templo de Vila Rica.

 

Basílica N.S. do Pilar – Foto: minasgerais.com.br

Nela o barroco encontra seu movimento mais expressivo, seus núcleos e texturas são uma festa para o espectador. Francisco Xavier de Brito, Pedro Gomes Chaves, Antônio Francisco Pombal e muitos outros artistas anônimos, trabalharam na confecção da igreja dotada de cerca de 450 kg de ouro.

Basílica do Pilar – Foto Ane Souz.

Em 1724 a capela original em ruínas foi demolida para a construção da atual matriz, sendo necessário o translado do Santíssimo Sacramento provisório para a capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. O regresso dessas peças-chave, em 1733, deu origem a mais pomposa das procissões do Brasil Colonial, o chamado Triunfo Eucarístico.

Em 2012, o Vaticano concedeu o título de “basílica” à matriz, em função de sua importância artística, cultural e arquitetônica.
O ingresso que dá o à Basílica permite também visitar o Museu de Arte Sacra, no subsolo da construção.
Igreja Matriz de Santo Antônio, em Tiradentes: Com a Serra de São José a frente, a Igreja Matriz de Santo Antônio é, certamente, uma das obras-primas da arquitetura barroca em Minas Gerais, e também se destaca pela sua extraordinária decoração interior.

Datada do século XVIII, em 1710, seu interior surpreende com ricos detalhes em ouro e belíssimas pinturas, no melhor estilo barroco, o que a faz ser considerada também a igreja mais rica em ouro do Brasil.

Outro destaque é o órgão confeccionado na cidade do Porto (Portugal) e instalado em 1788, composto por oito fileiras de tubos e pinturas que evidenciam o estilo rococó, além do relógio da torre, instalado no mesmo ano, e encomendado também nos subúrbios do Valongo, da mesma cidade, ainda em funcionamento.

No lado de fora, há um relógio de sol, em pedra-sabão, feito em 1785, que já se tornou símbolo da cidade e que é reproduzido em peças de pedra sabão por artesãos locais.

Catedral Nossa Senhora da Assunção, em Mariana: Também conhecida como Catedral da Sé de Mariana, a igreja é uma construção de pedra e cal, caracterizando-se exteriormente pelo aspecto sóbrio, conferido pelo barroco jesuítico. Ao contrário, seu interior encerra um dos mais ricos e significativos conjuntos de talha de Minas Gerais, revelando todas as etapas do barroco luso-brasileiro. A suntuosa decoração arquitetônica da capela-mor comprova o alto grau de refinamento atingido pelos arquitetos de Minas em meados do século XVIII.

Mariana – Missa na Catedral da Sé – Foto: Katsuyoshi Tanaka

A catedral da Sé de Mariana guarda um precioso tesouro musical: um órgão construído na primeira década do século XVIII em Hamburgo, Alemanha, por Arp Schnitger (1648-1719), um dos maiores construtores de órgãos de todos os tempos. Enviado inicialmente a uma Igreja Franciscana em Portugal, o instrumento chegou ao Brasil em 1753, como presente da Coroa Portuguesa ao primeiro Bispo de Mariana. Faz parte do acervo da Arquidiocese de Mariana, tombado pelo Patrimônio Histórico, e é o único exemplar da manufatura Schnitger que se encontra fora da Europa.

Basílica de Aparecida, em Aparecida/SP: Inaugurada em 1982, o templo religioso possui uma arquitetura neorromântica e cerca de 143 mil m² de área construída, abrigando a imagem milagrosa de Nossa Senhora Aparecida que foi encontrada no Rio Paraíba em 1717.

Basílica Nossa Senhora Aparecida – Aparecida – SP (Acervo IER)

Construída em 1955, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida carrega o título de maior templo católico do Brasil e segundo maior do mundo – atrás apenas da Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Um dos espaços de mais destaque é o nicho onde está a imagem original, de 39 centímetros, de Nossa Senhora Aparecida, em um oratório com mosaicos de ouro, que fica a 4 metros de altura.
Na próxima vez que for visitar a catedral, preste atenção na torre Brasília, que possui 18 andares e um relógio. Em seu alto, está localizado uma relíquia sagrada do Santo Lenho, que se refere a um pequeno fragmento da Cruz onde Jesus Cristo foi crucificado.

Basílica Nossa Senhora da Piedade, em Caeté: Em contraste a Basílica de Aparecida, em tamanho, Caeté abriga a Menor Basílica do mundo. Erguida no alto da montanha, a 1746 metros de altitude, a Basílica que abriga a Padroeira de Minas Gerais é um lugar propício para quem busca a tranquilidade e a beleza da natureza.

Imagem de Nossa Senhora da Piedade, de Aleijadinho, no Santuário da Serra da Piedade – Foto: Cezar Felix

Em 1767 a ermida começou a ser construída pelo um fidalgo português chamado Antônio da Silva Bracarena, e concluída após 30 anos. A igreja feita toda de pedras no alto da Serra da Piedade, logo se tornou local de peregrinações e tempos depois, a capela ganhou a imagem esculpida de Nossa Senhora da Piedade, por um jovem de Ouro Preto, reconhecido como mestre do Barroco mineiro, o Antônio Francisco Lisboa, conhecido como Aleijadinho.

Quando o Santuário da Piedade completou 250 anos, em 2017, o Vaticano elevou as duas Igrejas do complexo do Santuário da Serra da Piedade a Basílicas. A Ermida da Padroeira, ou então a se chamar Basílica Ermida da Padroeira de Minas Gerais – Nossa Senhora da Piedade, sendo a menor Basílica atualmente existente no mundo, e considerada de grande valor histórico e religioso para os mineiros.

Estrada Real: VIVA, EXPERIMENTE, DESCUBRA!

Daniel Magalhães Junqueira

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