Estrada Real – Cidade de Mariana

Mariana é um tesouro barroco.
No distrito de agem de Mariana

Com mais de 300 anos de existência, a cidade resguarda grande parte do patrimônio histórico cultural de Minas Gerais. Andar por suas tortuosas ruas é desvendar o discreto magnetismo que a cidade setecentista exerce sob seus visitantes por meio de seus suntuosos casarões, igrejas, praças e museus. As encantadoras sacadas em pedra sabão da casa do Barão de Pontal dão charme às ruas da cidade.

Dentre as construções coloniais destaca-se a Catedral da Sé (foto). A sobriedade da parte externa da igreja, ao estilo dos primeiros prédios religiosos em Minas Gerais, contrasta com a impressionante riqueza do seu interior.

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A ornamentação da Sé enche os olhos, e é o seu órgão que emociona. O órgão Arp Schnitger, fabricado na Alemanha em 1701, produz um som inigualável com seus 1.039 tubos, sete metros de altura e cinco de largura.
O órgão foi um presente de Arp Schnitger, o maior construtor de órgãos da Alemanha para a Basílica da Sé, ele foi construído em 1701, porém chegou à Mariana em 1753.

A força da religião deixou sua marca também em outras construções, como a Basílica de São Pedro dos Clérigos, marcada pela influência italiana em detalhes como o altar-mor em cedro.

Mas não só de igrejas vive o patrimônio histórico da cidade. O prédio que abriga a atual Câmara dos Vereadores, por exemplo, data de 1782. Erguido para ser a Casa de Câmara e a Cadeia, funcionou também como senzala e local de fundição de ouro.

Mariana é vizinha bem próxima de Ouro Preto. Ali houve também uma grande quantidade de ouro, denunciada pelo pó amarelo encontrado no leito e fundo do rio. Resquícios desses tempos áureos estão por toda a parte, mas talvez em nenhum outro lugar ele seja tão óbvio quanto na Mina da agem.

Aberta à visitação, foi explorada entre 1719 e 1985, mais de 35 toneladas de ouro saíram dela. Ela é atualmente uma das maiores do mundo aberta ao público e o visitante percorre em um trole 315 metros de trilhos que o leva a 120 metros de profundidade. No caminho, grandes salões, túneis, lagos de águas cristalinas e sombras da história local contada por monitores que acompanham o eio.

Enquanto essa riqueza era descoberta, o arraial era elevado à vila, a primeira de Minas, em 1711. Nela se estabeleceu a capital da então Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, com sede istrativa em São Paulo do Piratininga. Em 1720, Minas foi desmembrada de São Paulo e em 1745, a então Vila do Ribeirão do Carmo seria elevada à cidade e ganharia o nome que carrega até hoje – uma homenagem a D. Maria Ana D’Austria, esposa de D. João V, rei de Portugal.

Mariana foi à primeira cidade planejada de Minas, com ruas em linhas retas e praças retangulares. Foi o berço de alguns dos homens mais importantes da história mineira daquele tempo, como o poeta e inconfidente Cláudio Manuel da Costa e o pintor sacro Manuel da Costa Athayde.

Outro destaque da cidade é a Maria-Fumaça (foto), que vai até Ouro Preto. Os visitantes se rendem ao charme do eio na locomotiva de 1949, com interior de madeira. A dica é se sentar do lado direito, que oferece melhor visão das cachoeiras, montanhas e cânions do caminho, que é de apenas 18 quilômetros, mas dura quase uma hora.

A sede de Mariana e seus distritos contam com vários grupos de manifestações culturais religiosas como as folias e os congados. A antiga tradição dos toques de sinos nas igrejas anuncia diversos acontecimentos, uma ‘linguagem’ que é aprendida e executada através do singular ofício de sineiros.

No distrito de agem de Mariana, o Circo Volante (foto) é o destaque. Criado em 2000, se dedica a criação, montagem e apresentação de espetáculos circenses voltados para as comunidades da região e grupos turísticos.

Dono de uma natureza exuberante, o município apresenta nascentes, cachoeiras, grutas e minas, que proporcionam aos amantes da natureza diversas opções como caminhadas e até a prática de esportes radicais com trekking e mountain bike.

Mariana sem dúvida compõe um dos mais magníficos conjuntos barrocos mineiros. E nela, definitivamente, encontram-se as raízes de Minas. Não é à toa que Mariana tem nome de moça bonita, daquelas que maravilham os olhos de seus apreciadores.

Estrada Real: Uma estrada, seu destino! 

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