Por entre serras e ao longo do caminho dos diamantes, nasciam municípios e vilarejos. Hoje, cada detalhe de suas igrejas, casarões e tradições contam um pouco sobre a nossa história. E é no destino “Entre Serras: da Piedade ao Caraça”, que revivemos capítulos importantes desse ado.
Formado por Caeté, Barão de Cocais, Santa Bárbara e Catas Altas, o destino foi palco de grandes acontecimentos – como a Guerra dos Emboabas -, berço de figuras ilustres e intrigantes – como Affonso Penna, o Barão de Cocais e o Barão de Catas Altas – e é a casa de dois ícones da Estrada Real: os santuários da Piedade e do Caraça.
Para ficar ainda melhor, todo esse legado encontra-se cercado por um povo acolhedor, uma gastronomia de dar água na boca e paisagens de tirar o fôlego!
Caeté – Foi palco de importantes episódios da história nacional, como a guerra civil dos Emboabas – disputa entre paulistas e portugueses pela posse das minas. Cercada pelas serras e densa vegetação, Caeté, que na língua indígena significa “mata virgem”, é considerada um dos principais destinos para a prática de esportes radicais no Brasil.
Parte do seu patrimônio artístico e arquitetônico encontra-se ainda muito bem conservado. Como a Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso (foto/minasgerais.com.br), onde o Mestre Aleijadinho iniciou a sua carreira, e o Museu Regional e o Museu Casa João Pinheiro (Solar do Tinoco), do século XVIII, são visitas imperdíveis.
Para quem não dispensa o contato com a natureza, a dica fica por conta da Cachoeira de Santo Antônio (foto/minasgerais.com.br). Fica distante 17 quilômetros do centro de Caeté, no distrito do Morro Vermelho. E possui uma queda de 80 metros, formando um grande lago. Há ainda a Pedra Branca, bloco de pedra de aproximadamente 60 metros, muito procurada pelos amantes da prática de alpinismo.
Barão de Cocais – No início do século 18, bandeirantes encontraram novas minas de ouro aos pés de um extenso morro, e nominaram o lugarejo de São João do Morro Grande, que mais tarde ao se emancipar de Santa Bárbara ou a se chamar Barão de Cocais, em homenagem ao Barão José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, nascido na antiga vila e que viveu na região por toda a sua vida.
Um dos atrativos mais visitados em Barão de Cocais é o Santuário de São João Batista (foto/minasgerais.com.br), igreja do século XVII que contou com a participação intensa do mestre Aleijadinho em sua construção e ornamentação, os altares são folheados a ouro.
A Serra do Garimpo, pertencente ao Maciço do Espinhaço, possui relevante diversidade biológica, geomorfológica e histórica, além de vistas panorâmicas de onde se podem avistar seis cidades vizinhas. A região proporciona aos adeptos do ecoturismo locais adequados para a prática de caminhada, ciclismo de montanha e escalada. Também é possível irar a beleza da região, que possui uma vegetação onde predominam os campos rupestres e as centenárias canelas-de-ema.
Santa Bárbara – Seu nome homenageia a santa do dia 4 de dezembro, data em que um grupo de bandeirantes descobriu a localidade.
Dotada de relevante patrimônio arquitetônico, a cidade oferece diversos atrativos culturais, como a Igreja Matriz de Santo Antônio, a Capela da Arquiconfraria do Cordão de São Francisco, o Memorial Affonso Penna (foto/minasgerais.com.br), a Casa de Cultura, a Igreja de Nossa Senhora das Mercês, a Casa do Mirante, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a Estação Ferroviária, e o Prédio da Cadeia Antiga.
O Memorial Affonso Penna é a antiga residência do primeiro mineiro a assumir a presidência do Brasil, e apresenta um acervo que resgata a história deste filho ilustre de Santa Bárbara.
O Prédio da Cadeia Antiga (foto/minasgerais.com.br) atualmente é um equipamento cultural, que dispõe de espaço onde os visitantes podem apreciar um bom café, acompanhado de queijos artesanais e quitandas produzidas em Santa Bárbara e cidades vizinhas.
Catas Altas – Reconhecida como cidade histórica e ecológica, Catas Altas está situada aos pés da Serra do Caraça e resguardada pelo contraforte da Serra do Espinhaço, e parece ter saído de uma pintura bucólica.
O nome tem como referência as minas, profundas escavações no alto dos morros, que receberam o nome de catas altas, já que as “catas” (garimpo) mais produtivas eram encontradas nos pontos mais altos da serra.
A poucos quilômetros de Catas Altas, e com uma vista encantadora da serra, estão as ruínas de um grande aqueduto de pedra – o Bicame de Pedra (foto/acervo IER), construído por escravos para levar água às fazendas e minerações da região. Atualmente, ainda existem cerca de 100 metros do monumento original, construído em 1792. A construção do aqueduto se deu a partir de técnicas inspiradas na arte romana. Isto é observável no arco do portal, ao centro, cujas pedras foram colocadas de modo a que uma segura a outra.
Pelas curvas da Estrada Real, a velocidade é o de menos. O que importa está no caminho: igrejas históricas, ruas de pedra, vilarejos escondidos e, claro, o tempero típico.
Estrada Real: Uma estrada, seu destino!