O problema de idealizarmos a felicidade dos filhos

A vida não é um mar de rosas, e blindarmos eles da realidade a qualquer custo pode levá-los a entender isso da pior maneira possível.
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Foto: sitepsicologia.com.br

A felicidade dos filhos é uma das maiores buscar de pais e mãe, mas também precisa de muita atenção e cuidado. Quando achamos que a felicidade é algo que deva ser constante, onde sem ela a vida é pura infelicidade, e transmitimos isso aos pequenos, podemos criar sérios problemas futuros, transformando-os em adultos insatisfeitos e infelizes. A vida não é um mar de rosas, e blindarmos eles da realidade a qualquer custo pode levá-los a entender isso da pior maneira possível.

Sempre buscamos o melhor para os nossos filhos, e entendendo que a felicidade é algo inconstante, podemos prepara-los para enfrentarem melhor os momentos de dificuldade. Uma eterna perseguição da tal felicidade certamente gerará frustração e, se transmitido aos pequenos, vai gerar o mesmo sentimento neles, o que é ainda pior.

 “É preciso restringir o conceito de felicidade. Sou a favor de risos, de bom humor, mas são só parte do que leva as pessoas a agir. Não precisamos repensar, mas restringir o alcance da felicidade. É comum, por exemplo, ouvir pais dizerem: ‘Só quero que meus filhos sejam felizes’. Isso é uma tolice. Quero que meus filhos sejam felizes, mas quero que eles gostem de fazer algo, que tenham bons relacionamentos, que encontrem um sentido e um propósito e que conquistem coisas. Perseguir só a felicidade é enganoso. ” Martin Seligman

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A verdade é que a felicidade pode ter várias faces, como uma forma de pensar, de sentir, ou simplesmente de ser. Ela tem inclusive pontos obscuros, como podemos ver em exemplos como o da Dinamarca. Lá é considerado um dos países mais felizes do mundo pela ONU, e também é top 50 dos maiores índices de suicídio do planeta. Quem não se enxerga no perfil de felicidade local acaba entrando em depressão, sentindo-se diminuído.

Um caminho para levarmos nossos pequenos a uma vida com sentimentos equilibrados é ajudá-los a nomear e entenderem seus sentimentos, entre eles a felicidade. Qual pai ou mãe nunca ou por uma crise de raiva do filho, por estar com sono, com fome ou mesmo cansado ? Como eles não tem maturidade emocional para entenderem os sentimentos, agem instintivamente. Cabe a nós pais acolhermos os pequenos, e ajudá-los a nomear, dar voz a esses sentimentos.

Quando nós adultos dizemos a eles o que estamos sentindo, em momentos diversos, isso os ajuda  a entenderem o que elas também estão sentindo.

Mantenha com seus filhos uma boa relação de carinho e afeto, com o devido acolhimento nos momentos de aflição e dificuldade. Isso gerará memória afetiva, que será primordial para a construção dos momentos de felicidade verdadeira.

Afinal, o que você quer para o seu filho: Uma felicidade idealizada, mas incompatível com a realidade ? Ou o sentimento de bem estar, mas que tem pitadas de felicidade ?

 

   

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