Muito se especula sobre a relação entre as alterações dos hormônios femininos e a saúde ocular, porém existem diversos fatores de confusão para atrelar exatamente algum hormônio ou mecanismo que possa afetar os olhos.
As mudanças hormonais na gravidez podem elevar as taxas de glicose e acarretar a diabetes mellitus gestacional (DMG) que, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), afeta 18% das gestações. Outra condição característica dessa fase é a síndrome hipertensiva específica da gravidez, também conhecida como pré-eclâmpsia, cuja causa é desconhecida, porém observa-se nessas mulheres que a formação dos novos vasos sanguíneos não se deu de forma adequada. Tais doenças podem afetar a retina de maneira a baixar a visão. A pré-eclâmpsia e a eclâmpsia podem até causar cegueira temporária, por exemplo.
Outras complicações oculares podem se manifestar na gestação: edema de córnea, no qual a visão fica embaçada interferindo no grau; redução da pressão intraocular. Além disso, o período facilita o aparecimento de doenças como a serosa central – perda ou distorção da visão central. Qualquer incômodo, principalmente referente a uma redução da visão, deve ser relatado ao oftalmologista para dar início ao tratamento precocemente.
Já na menopausa, algumas mulheres sentem secura e coceira nos olhos, sintomas inerentes à Síndrome do Olho Seco, um problema que pode ser decorrente do envelhecimento e/ou da própria menopausa. São comuns, ainda, sensação de fadiga nos olhos, olhos vermelhos e irritados, sensibilidade à luz, facilidade para contrair inflamações oculares. O tratamento do olho seco consiste no uso de colírios lubrificantes, Ômega 3 e luz pulsada.
(Dr. Aquiles Gontijo, oftalmologista do Instituto de Olhos Minas Gerais e da Santa Casa BH, especialista em retina cirúrgica, catarata e uveíte)
