Romantismo
O Romantismo foi o movimento artístico e cultural que marcou a ascensão da burguesia e da individualidade, nos séculos XVII e XIX. Abandonou os valores clássicos e inaugurou a modernidade nas artes. Tinha uma visão contrária ao racionalismo e ao iluminismo. Exacerbava um nacionalismo latente e próspero, que viria consolidar os Estados nacionais na Europa.
Inicialmente tido como um estado de espírito ou uma atitude tomou, mais tarde, uma forma de movimento em que o espírito romântico a a designar toda uma visão voltada para o indivíduo.
Autores românticos voltavam-se para si mesmos, retratavam dramas humanos, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo, elaborando obras líricas, subjetivas, marcadas pela emoção e pelo eu.
O romantismo é a arte do sonho e fantasia, valoriza as forças criativas do indivíduo e da imaginação popular, opondo-se à arte equilibrada dos clássicos.
Quando surgiu o movimento romântico, as narrativas em que se contavam histórias de cavaleiros e donzelas, em verso, eram chamadas de romance, palavra que deriva do advérbio latino romanice, que significa “na língua de Roma”.
O Romantismo surgiu na Europa, onde seria a Alemanha e Inglaterra, manifestando-se nas artes, marcando sobretudo a literatura e música.
No Brasil, o romantismo coincidiu com a Independência política do Brasil em 1822, com o Primeiro reinado, com a Guerra do Paraguai e a campanha abolicionista.
Segundo Jacques Barzun, existiram três gerações de artistas românticos:
- Primeira geração (1790-1800): caracterizada pelo lirismo, subjetivismo, o sonho de um lado e o exagero e a busca pelo exótico do outro. O nacionalismo, presente nas obras remetiam ao nascimento de uma nação, a idealização do mundo e da mulher, uma musa, amada e desejada, mas nunca tocada.
- Segunda geração (década de 1820): caracterizada pelo pessimismo e um certo gosto pela morte, religiosidade e naturalismo. A mulher era alcançada, mas a felicidade não era atingida.
- Terceira geração (mais tarde, no mesmo século): caracterizada pela transição para o realismo, que denuncia os vícios e males da sociedade de forma enfatizada e irônica (Eça de Queiroz). A mulher era idealizada e ível
Características:
- Liberdade de criação e expressão
- Nacionalismo com muitas obras exaltando os heróis nacionais
- Religiosidade
- Valorização da natureza
- Individualismo, egocentrismo – Os românticos abrem espaço para manifestar sua individualidade definida por emoções e sentimentos
- Subjetivismo – O romancista fala dos assuntos de forma pessoal, de acordo com sua opinião sobre o mundo, usando verbos na primeira pessoa. Usando da liberdade de criar, ele escancara suas emoções e faz disso a temática de suas obras
- Idealização – O artista usa de sua imaginação, idealiza temas misturado ao exagero. A mulher é vista como uma virgem frágil, o índio é visto como herói nacional e a noção de pátria também é idealizada
- Egocentrismo – O egoé o centro de tudo, o artista coloca em seus poemas e textos os sentimentos próprios, em que destaca um subjetivismo exagerado
- Sentimento exacerbado – O sentimentalismo se destaca como uma escola literária movida pela emoção, principalmente a saudade, tristeza e desilusão
- Pessimismo
- Escapismo – Desvio mental dos aspectos desagradáveis ou enfadonhos do cotidiano, através de atividades conectadas à imaginação ou entretenimento. Atitude de fuga ao cotidiano ou determinada realidade. Desejo romântico de afastar-se da realidade para um mundo idealizado
- Byronismo – Inspirado na vida e obra de Lord Byron (poeta inglês) é caracterizado por um estilo de vida boêmio, em que os vícios, bebida, fumo podem representar um personagem ou o próprio autor mesclado ao narcisismo, egocentrismo, pessimismo ou angústia
- Medievalismo – Caracterizado por obras que descreviam a origem de seu povo, língua ou seu próprio país. No personagem do cavaleiro fiel à pátria, descrevia-se as culturas de seu país. Esses poemas eram de eras medievais com descrição de grandes guerras e batalhas
Romantismo nas Belas Artes
Giulio Carlo Argan em sua obra Arte Moderna, fala que o romantismo e o neoclassicismo estão intimamente ligados. O neoclássico busca um ideal sublime, voltado para o mundo e o romântico faz o mesmo, embora tenda a subjetivar o mundo exterior. Ambos estão interligados pela idealização da realidade.
Na pintura, Goya ou a pintar depois de começar a perder a audição. Com temática neoclássica, sua obra Saturno Devorando um Filho, apresenta diversas emoções para o espectador que o fazem se sentir inseguro e angustiado. Goya cria um jogo de luz-e-sombra, linhas de composição diagonais e pinceladas “grosseiras” de forma a acentuar a situação dramática representada.
O francês Eugène Delacroix, considerado um pintor romântico por excelência reúne em sua tela A Liberdade Guiando o Povo o vigor e o ideal românticos em uma obra estruturada em um turbilhão de formas, retratando os revolucionários de 1830 guiados pelo espírito da Liberdade (mulher carregando a bandeira da França). Metaforicamente ele se coloca como revolucionário onde retrata um personagem da turba, apesar de olhar com uma certa reserva para os acontecimentos. Esta é provavelmente a obra romântica mais conhecida.
O pintor inglês William Turner em sua obra Mar em tempestade retrata um fenômeno da Natureza em busca do exótico, do inóspito e do selvagem que formaria outra característica fundamental do romantismo.
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Géricault, outro grande pintor, expressa em sua obra A Jangada da Medusa, pintada por volta de 1819, a mistura entre os elementos barrocos, o naturalismo e o dramatismo pessoal das personagens.
Romantismo na Literatura
A história do romantismo literário é bastante controversa. As manifestações em poesia e prosa popular na Inglaterra são os primeiros antecedentes.
Os autores ingleses mais conhecidos como William Blake ( O Casamento do Céu e Inferno, 1793) e Edward Young (Pensamentos Noturnos, 1742), ao lado de James Thomson, William Cowper e Robert Burns são os expoentes dessa fase. O romantismo “oficial” é representado por Coleridge e Wordsworth (Baladas Líricas, 1798), Lord Byron (Peregrinação de Childe Harold, 1818), Shelley (Hino à Beleza Intelectual, 1817) e Keats (Endymion, 1817).
Os alemães procuraram renovar sua literatura através do retorno à natureza e à essência humana. Goethe (Os Sofrimentos do Jovem Werther, 1774), Schiller (Ode à Alegria, 1785) e Herder (Extrato da correspondência sobre Ossian e as canções dos povos antigos, 1773) formam a Tríade expondo um sentimento romântico e cheio de sentimentalismo.
Na França, destacam-se Stendhal, Hugo e Musset; na Itália Leopardi e Alessandro Manzoni; em Portugal Garrett e Herculano; na Espanha Espronceda e Zorilla, no Brasil José de Alencar.
O romance se torna o gênero narrativo preferencial, em oposição à epopeia. É a superação da retórica, tão valorizada pelos clássicos.
Outra vertente, focada no individualismo, traz consigo o culto do egocentrismo cheio de melancolia e pessimismo (Mal do século) e o apego ao intimismo e a valores extremado. São os ultrarromânticos, representados por Byron, Alfred de Musset e Álvares de Azevedo.
Romantismo na Música
O Romantismo na música evidencia-se primeiramente com Beethoven. Suas sinfonias, a partir da terceira, revelam uma música com temática profundamente pessoal e interiorizada, assim como algumas de suas sonatas para piano (Sonata Patética).
Chopin, Tchaikovsky, Felix Mendelssohn, Liszt, Grieg e Brahms escreveram músicas mais de acordo com suas emoções.
Na ópera, Verdi e Wagner se destacaram. Verdi, com um conteúdo épico ou patriótico (Nabucco, Les vêpres siciliennes, I Lombardi nella Prima Crociata) compôs também algumas óperas baseadas em histórias de amor como La Traviata; Wagner focava em histórias mitológicas germânicas (Anel do Nibelungo, Tristão e Isolda e O Holandês Voador).
Na Itália o romantismo na ópera se desenvolveu ainda mais com Puccini.
Romantismo em Portugal
O marco inicial foi a publicação do poema “Camões” (1825), de Almeida Garrett, que durou cerca de 40 anos terminando por volta de 1865 com a Questão Coimbrã.
A primeira geração do romantismo em Portugal vai de 1825 a 1840 e foi representada pelos autores Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Antônio Feliciano de Castilho. A segunda geração, ultrarromântica, vai de 1840 a 1860 e tem como principais autores Camilo Castelo Branco e Soares de os. A terceira geração, pré-realista, vai de 1860 a 1870 e teve como principais autores Júlio Dinis e João de Deus.
Romantismo no Brasil
Os romances no Brasil se classificam como indianistas, urbanos ou históricos e regionalistas.
- Indianista – O foco literário era o índio, considerado a maior expressão da nacionalidade e fortemente idealizado. Representava o homem não corrompido pela sociedade, o não capitalista, além de assemelhar-se aos heróis medievais, fortes e éticos associado a um símbolo de pureza e inocência. Alguns romances se tornaram excelentes documentos históricos, narrando os costumes e a linguagem indígenas.
- Urbano – São romances que relatam a vida na capital e as particularidades da vida burguesa, cujos membros se identificavam com os personagens. São romances que criticam a sociedade através de situações corriqueiras, como o casamento por interesse ou a ascensão social a qualquer preço.
- Regionalista – São romances que valorizam as diferenças étnicas, linguísticas, sociais e culturais e que afastam o povo brasileiro da Europa. Criam um vasto panorama do Brasil identificando as características de cada região do país.
A primeira geração (nacionalista–indianista) se voltava para a natureza, exaltava o regresso ao ado histórico e ao medievalismo. O índio, como um herói nacional, era aclamado em verso e prosa e foi isso que influenciou a geração indianista.
Principais autores: Gonçalves de Magalhães (Suspiros Poéticos e Saudades) foi o introdutor do romantismo no Brasil, Gonçalves Dias ( Canção do Exílio e I-Juca-Pirama) e Araújo Porto Alegre.
Entre as principais características da primeira geração romântica no Brasil estão: o nacionalismo ufanista, o indianismo, o subjetivismo, a religiosidade, o brasileirismo (linguagem), a evasão do tempo e espaço, o egocentrismo, o individualismo, o sofrimento amoroso, a exaltação da liberdade, a expressão de estados de alma, emoções e sentimentalismo
A segunda geração, também conhecida como Byroniana e Ultrarromantismo, recebeu a denominação de mal do século pela sua característica de abordar temas obscuros como a morte, amores impossíveis e a escuridão.
Principais autores: Álvares de Azevedo (Pálida à Luz, Soneto, Lembranças de Morrer, Noite na Taverna), Casimiro de Abreu(As Primaveras, Poesia e amor), Fagundes Varela, Junqueira Freire e Pedro de Calasans.
Já as principais características da segunda geração foram o profundo subjetivismo, o egocentrismo, o individualismo, a evasão na morte, o saudosismo (lamentação) — em Casimiro de Abreu, por exemplo, o pessimismo, o sentimento de angústia, o sofrimento amoroso, o desespero, o satanismo e a fuga da realidade.
A terceira geração, conhecida também como geração Condoreira, simbolizada pelo condor (ave que constrói seu ninho em lugares muito altos e tem visão ampla sobre todas as coisas) ou hugoniana, referente ao escritor francês Victor Hugo, grande pensador do social e influenciador dessa geração.
Principais autores: Castro Alves denominado Poeta dos Escravos (Espumas Flutuantes e Navio Negreiro), Sousândrade e Tobias Barreto (famoso pelos seus poemas românticos).
As principais características são o erotismo, a mulher vista com virtudes e pecados, o abolicionismo, a visão ampla e conhecimento sobre todas as coisas, a realidade social e a negação do amor platônico, com a mulher podendo ser tocada e amada.
No país, entretanto, o romantismo perdurará até à década de 1880. Com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, por Machado de Assis, em 1881, ocorre formalmente a agem para o período realista.
Principais escritores românticos brasileiros
- Gonçalves Dias: principal poeta romântico e uns dos melhores da língua portuguesa, nacionalista, autor da famosa “Canção do Exílio“, “I-Juca-Pirama” e de muitos outros poemas.
- Álvares de Azevedo: o maior romântico da Segunda Geração; autor de “Lira dos Vinte Anos“‘, “Noite na Taverna” e “Macário“.
- Castro Alves: grande representante da Geração Condoeira, escreveu poesias abolicionistas como “O Navio Negreiro“.
- Joaquim Manuel de Macedo, romancista urbano escreveu “A Moreninha” e também “O Moço Loiro“.
- José de Alencar, principal romancista romântico. Romances urbanos: “Lucíola“; “A Viuvinha“; “Cinco Minutos“; “Senhora“. Romances regionalistas: “O Gaúcho“, “O Sertanejo“, “O Tronco do Ipê“. Romances históricos: “A Guerra dos Mascates“; “As Minas de Prata“. Romances indianistas: “O Guarani“, “Iracema” e “Ubirajara“.
- Manuel Antônio de Almeida: romancista urbano, precursor do realismo. Obras: “Memórias de um Sargento de Milícias“.
- Bernardo Guimarães: considerado fundador do regionalismo. Obras: “A Escrava Isaura“; “O Seminarista“
- Franklin Távora: regionalista. Obra mais importante: “O Cabeleira“.
- Visconde de Taunay: regionalista. Obra mais importante: “Inocência“.
- Machado de Assis: estilo único, dotado de fase romântica e realista. Em sua fase romântica destacam-se “A Mão e a Luva” e “Helena“. Ainda em tal fase, realizava análise psicológica e crítica social, mostrando-se atípico dentre os demais românticos.
Trecho da obra Iracema, de José de Alencar
“Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas”.
Trecho do poema O Navio Negreiro, de Castro Alves
“Era um sonho dantesco… O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros… estalar do açoite…
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar…
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças… mas nuas, espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs”.
Características do romantismo no Brasil
As principais características da literatura romântica no Brasil são:
- Rompimento com a tradição clássica: o romantismo veio romper com os modelos clássicos greco-romanos, fundamentados na busca da perfeição e na arte erudita.
- Maior liberdade formal: contrário ao formalismo e tradicionalismo das escolas anteriores, o romantismo utiliza versos sem rima e sem métrica, além de uma linguagem informal e regionalista.
- Indianismo: o índio é eleito como herói nacional, sendo idealizado como um ser puro e inocente.
- Nacionalismo e ufanismo: os valores culturais, históricos e artísticos do Brasil são exaltados pelos escritores que mostram orgulho da nação.
- Culto à natureza: associado ao nacionalismo, as belezas naturais do país são enfatizadas pelos autores de maneira grandiosa.
- Amor platônico, idealismo: a idealização da sociedade, do amor e da realidade são comuns nas obras românticas.
- Idealização da mulher: para os escritores românticos, a mulher representava a beleza, a pureza, a inocência e a delicadeza.
- Subjetivismo e egocentrismo: a literatura romântica foca nos sentimentos e emoções dos autores, reunindo textos de caráter individualista.
- Sentimentalismo exacerbado: a supervalorização das emoções pessoais, mostra que os escritores desse momento se opõem ao pensamento racional e objetivo.
- Religiosidade: oposto ao racionalismo, que desconsidera os valores religiosos, no romantismo há uma preocupação em se apegar aos valores cristãos.
- Evasão e escapismo: com o desejo de fugir do cotidiano, da realidade e dos sofrimentos, os autores românticos criam um ambiente idealizado.
Reflexões:
Escrever a história dentro de sua realidade, refletir sobre seus ideais, fugir do neoclassicismo, voltar os olhos para a subjetividade humana, elevar a emoção em sua potência máxima faz florescer o romantismo e dessa forma a arte evolui, cresce, se firma nos questionamentos da alma e reinventa o mundo.
São tantos aqueles que expressaram o amor, discutiram a liberdade, exaltaram os sentimentos, a imaginação, a subjetividade e se olharam e olharam para o individuo e se abriram à criatividade em versos, prosa, músicas e textos literários de intenso valor artístico.
São produções históricas, amorosas, pessoais que colocaram a arte ao nosso dispor e ao nosso deleite, nos deixando como espectadores saciados de beleza e cultura.
Ah…como é bom dissertar sobre temas que mesmo ainda ultraados pelo tempo se manifestam tão modernos.
O romantismo, tão rico no seu tempo e na sua história manifesta sua individualidade dentro das particularidades do coletivo.
Quisera poder viver historicamente na mente e usufruir do poder de criação de notáveis artistas…quisera poder estar naquele momento em que as ideias surgem, as mãos delineiam, as palavras se concretizam.
Processo – Antoine de Saint-Exupéry
“O amor é o processo de eu conduzi-lo gentilmente de volta a você mesmo”
Violinos e Mulheres – Balzac
“É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a vida, quanto dizer que um violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música”
Imparciais – Dalai Lama
“O apego é cheio de parcialidade. O amor e a compaixão são imparciais”
Olha pra mim – Gustave Flaubert
“Não te mexas! Não fales! Olha pra mim! Dos teus olhos sai alguma coisa de muito doce que me faz um bem imenso”
Paixão – François De La Rochefoucauld
“Certas pessoas jamais teriam se apaixonado se não tivessem ouvido falar de amor”
Termino minha coluna de hoje com frases memoráveis que possam tocar seu coração como tocou o meu. Poderia ficar horas aqui descrevendo os sentimentos que me afloram ao escrever sobre um período tão lindo e marcante! Mas certamente não posso ser prolixa e encerro tantas palavras com um simples Viva ao Amor!!!