Nem o autoritarismo nem a permissividade

Coluna Paternidade Consciente – Guto D’Assumpção
Reprodução

Assistindo a um vídeo do Thiago Queiroz (@paizinhovirgulaoficial) sobre Permissividade x Autoritarismo, acabei me auto analisando à minha relação com a minha filha. Em várias ocasiões falei com a Dani que achava que talvez estivéssemos sendo permissivos demais com a Sofia, que está ando tardiamente pela famosa crise dos 2 anos, e que deveríamos ser mais duros. Isso me fez pensar em qual seria o ponto de equilíbrio ideal, já que permissividade, assim como o autoritarismo, são extremos que devem ser evitados. Por anos a educação infantil foi dominada por um autoritarismo intransponível. Conduzido por regras rígidas e invioláveis, acabava por criar um certo afastamento entre pais e filhos, moldando uma relação emocionalmente e estruturalmente frágil.

Como forma de corrigir, muitos pais acabaram por criar seus filhos com total permissividade, em uma ausência de regras e com total aceitação aos desejos dos filhos. Esse facilitismo acaba por criar uma insegurança e instabilidade na criança, formando um sentimento de pseudo abandono. Outro fator importante nesse processo é que a educação de nossos filhos começa pela nossa própria educação. Para que possamos guia-los precisamos primeiro nos educar, buscando corrigir nossos próprios excessos e erros. A verdade é que não existe um um caminho perfeito, ou fórmula mágica, mas devemos usar um caminho intermediário entre esses extremos tão prejudiciais. Como bem-dito pela especialista em disciplina positiva Elisama Santos:

“Existem caminhos entre a permissividade e o autoritarismo. Isso significa que castigos físicos e psicológicos não são as únicas formas de mostrar a alguém os limites das relações e do mundo. Ou seja, os ‘nãos’ são necessários e as frustrações fazem parte da vida e ajudam os nossos filhos a desenvolverem algo essencial para a sua saúde mental: a resiliência. Mas, a gente pode dizer ‘não’ de uma forma gentil e acolher o choro que obviamente vem após a negativa. Portanto, saiba que educar emocionalmente os nossos filhos é também a nossa missão”

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Como pais cabe a nós darmos a elas autonomia para tomarem suas próprias decisões, baseadas em valores que nós devemos ajuda-las a construir. Impor limites é importante, mas dando a elas o devido espaço para que possam desenvolver sua capacidade tomar decisões e aprender a lidar com as frustrações. Esta criação deve ser implementada com coerência e razão, onde recusas devem ser acompanhadas de justificativas plausíveis, por exemplo. Dando atenção, carinho, e acolhimento podem ter certeza que seus filhos se sentirão seguros e mais preparados para enfrentar os caminhos que terão pela frente.

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