Anualmente, o dia 3 de dezembro é reconhecido como o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data também é um chamado para a necessidade de uma inserção cada vez maior dos indivíduos com deficiência no contexto global.
No Brasil, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),8,4% da população com idade superior a dois anos – o equivalente a mais de 17 milhões de pessoas – têm algum tipo de deficiência.
A oferta de Tecnologia Assistiva (TA) para essa camada da população hoje é significativa. Destacamos, entre outros produtos, mouses diferenciados, contrastes em telas de computadores, teclados especiais, leitura em braile, enfim, uma gama de funcionalidades que, com os avanços tecnológicos, permitem mais qualidade de vida e oportunidades.
Embora tenhamos uma legislação sobre inclusão considerada uma das mais avançadas, se comparada a outras nações, por meio, por exemplo, do Estatuto da Pessoa com Deficiência, um enorme desafio se coloca à frente da comunidade acadêmica e dos gestores: como trabalhar a inclusão social dessas pessoas num mundo que respira tecnologia? Como resgatar a autoestima e o prazer pelas atividades laborais e cotidianas que exigem técnica e conhecimento digital?
Tudo a pela universalização da oferta de TA.
O país recentemente deu mais um o fundamental com a regulamentação do Plano Nacional de Tecnologia Assistiva, ação conjunta dos ministérios da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) e Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). A iniciativa prevê o desenvolvimento de um plano específico de medidas para facilitar o o a crédito especializado para aquisição dessa tecnologia, a qual pode contemplar 46 milhões de pessoas de acordo com o censo demográfico de 2010 do IBGE.
Entende-se por Tecnologia Assistiva tudo o que possa agregar, fazer a diferença na vida de quem tem alguma deficiência ou mobilidade reduzida. Porque é com o uso desses equipamentos, dispositivos e recursos que se terá mais autonomia e, para isso, a TA é uma grande aliada. Portanto, ampliar a sua oferta significa inclusão, independência e dinamicidade. Traz autoconfiança e corrobora com a ampliação da oferta de produtos e serviços para que as pessoas tenham mais qualidade de vida, vivam bem e melhor num universo cada vez mais digital.
*Dr. Leonardo Gontijo, diretor clínico do Instituto de Olhos Minas Gerais, oftalmologista especialista em córnea e cirurgia refrativa, professor da Santa Casa Belo Horizonte.