Alguns hábitos da vida contemporânea estimulados pelas novas tecnologias têm afetado a saúde ocular. Hábitos esses que foram intensificados na pandemia, em parte pelo estudo remoto e pelo home office.
O uso excessivo de telas (celulares e tablets) exige que, automaticamente, nossa visão de perto seja mais demandada, acentuando problemas como as ametropias, que são distúrbios visuais decorrentes da focalização inadequada da luz que chega à retina. Ademais, o fato de piscar menos ao utilizar smartphones e outros dispositivos eletrônicos pode piorar a Síndrome do Olho Seco – que já falei por aqui.
Entre as ametropias, o tipo que mais tem sido impactado pelo foco constante nas telas é a miopia, o que vem sendo relatado em pesquisas científicas. A miopia nunca progrediu tanto como agora. Para tratá-la, existem alternativas convencionais, como o uso de óculos e lentes de contato, mas uma tecnologia ainda pouco falada tem despertado mais interesse por ser bastante simples e um recurso capaz de regredir a condição: chama-se ortoceratologia – ortho-k.
A ortoceratologia não é exatamente uma novidade, mas sua técnica evoluiu nos últimos anos e suas lentes atuais são mais refinadas. O método consiste em usar essas lentes exclusivamente durante o sono, enquanto tocam de maneira suave a córnea, fazendo com que o epitélio (camada superficial da córnea de alta capacidade de regeneração) seja facilmente deslizado e fique mais fino no centro e mais grosso na periferia, criando uma lente negativa. Esse mecanismo modifica o ângulo de formação da imagem dentro do globo ocular. Ao acordar, essa nova “modelagem” que os olhos ganham permite que o usuário e o dia todo livre de lentes ou óculos.
A partir de aproximadamente uma semana, o grau de miopia vai sendo corrigido, e assim progressivamente. A ortho-k é indicada para quem tem no máximo -8 graus.
O recurso é bem interessante para profissionais como bombeiros, policiais e atletas; quem não pode se submeter à cirurgia refrativa por ter a Síndrome do Olho Seco ou a córnea fina; intolerantes a lentes de contato gelatinosas e crianças a partir de 10 anos – idade em que já tem mais destreza, habilidade e melhor compreensão sobre os cuidados com seu uso.
É necessário frisar que para fazer o tratamento, o paciente a por uma avaliação minuciosa, incluindo da córnea através de exames pentacam. No dia seguinte ao primeiro uso das lentes, o indivíduo precisa voltar ao seu oftalmologista, com um segundo retorno após uma semana e outro depois de um mês de uso.
As opiniões contidas nesta coluna não refletem necessariamente a opinião do portal Balcão News.
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