Ceratocone tem tratamento: técnicas avançadas permitem conforto e reabilitação visual

Dr. Leonardo Gontijo – O tratamento da condição evoluiu nas últimas décadas.
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Dando sequência ao tema deste mês de junho, dedicado à prevenção e conscientização do ceratocone, o tratamento da condição evoluiu nas últimas décadas. Como esclareci na coluna anterior, o transplante de córnea era o único recurso cirúrgico para a maioria dos quadros avançados de ceratocone até a chegada de abordagens terapêuticas modernas. 

Vou explicar as alternativas mais determinantes para a reabilitação visual do paciente em ordem cronológica. A primeira delas é o Anel de Ferrara, desenvolvido pelo médico mineiro Paulo Ferrara na década de 1980, que consiste em uma órtese formada por dois semicírculos de acrílico rígido, implantados no interior da córnea por meio de um procedimento cirúrgico. É uma solução reparativa, porém essa intervenção cirúrgica não é indicada para ceratocone avançado. Pode ajudar a deter a evolução da doença em alguns casos.

Outra técnica é o crosslinking, descrito pela primeira vez no final da década de 1990. Trata-se de aplicação de colírio de riboflavina (vitamina B12) e emissão de feixe de luz ultravioleta (UVA). Esse procedimento é pouco invasivo e feito com anestesia local, e capaz de estabilizar a doença porque enrijece as fibras de colágeno da córnea. Mas o crosslinking sozinho não é suficiente para a recuperação da visão, exigindo procedimento reparativo, que seria o Anel de Ferrara. O crosslinking evita que um cone pequeno se torne grande.  

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Método relativamente recente, as lentes esclerais são uma importante conquista para a restauração visual e da qualidade de vida de pacientes com ceratocone de diferentes níveis.  Surpreendem porque garantem conforto e boa visão, sem necessidade de procedimento cirúrgico para sua colocação. Trazidas para o Brasil há cerca de 10 anos, essas lentes foram desenvolvidas pela Universidade do Colorado (EUA). O fato de não serem apoiadas nas córneas faz delas uma solução muito confortável, isso porque se apoiam na esclera – área periférica da córnea, muito menos sensível.

Nos olhos, as lentes esclerais têm a aparência de uma lente gelatinosa pelo seu tamanho. Exigem apenas um aprendizado inicial porque seu diâmetro é grande, mas dificilmente as lentes saem dos olhos ou permitem que ciscos adentrem e incomodem, como nas lentes rígidas comuns.

Interessante que as lentes esclerais são uma excelente indicação não apenas para o ceratocone, como para casos de degeneração marginal pelúcida e para olhos com qualquer tipo de irregularidade corneana, astigmatismo, traumas, acidentes e ainda pós-transplantes de córnea.

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